
Ventum Logo
Há dois meses publicamos um post sobre a Ventum ONE. Pouco se sabia sobre a marca. Só sabíamos que se tratava de um projeto ousado e que a Leanda Cave seria uma das principais atletas do time.
O pouco que sabíamos era por conta das fotos e da publicação da Lava Magazine.

Ventum ONE
Bem! Como quem tem amigos tem tudo, o meu amigo e oráculo Rômulo Nogueira conseguiu com que o Neville Merha respondesse à algumas perguntas sobre a marca e o projeto da Ventum ONE. E ficou muito legal!
As respostas dão uma noção da complexidade que é criar um projeto do zero e, principalmente, do comprometimento da equipe do projeto em criar um produto que realmente tenha qualidade e velocidade.
Quem estiver curioso sobre o projeto, curta o a página deles no Facebook.

Leanda Cave Ventum
<!–more–>
Ah! A estreia da bike em provas promete um futuro auspicioso, Leanda Cave venceu o Las Olas Tri 2015, em Fort Lauderdale.
Em nome de todos do BSBR, agradeço ao Rômulo pela ponte e ao Neville pela disponibilidade.
Então, vamos às perguntas e respostas.
RN: Rômulo Nogueira
NM:Neville Merha
RN: Como e de onde veio a ideia de criar a Ventum? Qual é a experiência com bicicletas (como fabricante ou mesmo como atletas) dos criadores da marca?
NM: Os co-fundadores, James (Jimmy) Seear e Peter Seear lideram os departamentos de engenharia e design técnico da Ventum. O Jimmy é um Triatleta Profissional Australiano e ex número 1 do mundo Sub-23. Enquanto isso, Peter é homem de negócios experiente e um Engenheiro Mecânico com criações que conquistaram recordes mundiais. Por anos, os dois fizeram experiências com o design e construção de bicicletas.
Isso começou como um hobby, mas depois que pegaram o jeito com o design e perceberam várias oportunidades para ganhar tempo e reduzir o arrasto, aí eles começaram a levar isso mais a sério.
Nós também solicitamos a ajuda de engenheiros especialistas em engenharia aerodinâmica e estrutural. Após um longo processo de design e de ter feito alguns protótipos a mão na Austrália, nós fomos para o túnel de vento. Nós sabíamos que estávamos a caminho de algo grandioso quando vimos os resultados.
RN: Hotta, Lotus, Slingshot,Cheeta e mesmo a Pinarello (no Tour France de 1996) são marcas que marcaram a história com design arrojado e eficiente (sem downtube) tanto no ciclismo quanto no triatlo. Vocês realmente estavam com a inspiração aflorada e fugiram dos burocratas da UCI?
NM: Nós nos dedicamos a fazer a bicicleta de triathlon mais rápida do mundo. Sabíamos que se pudéssemos fazer isso, então nós teríamos um mercado entre atletas que participam de competições em que o vácuo é proibido. Esses eventos geralmente não são regulamentados pela UCI, por isso, não era preciso nos restringir com as limitações de design da UCI.
Então, nós começamos por revisar todos os tipos design de bicicletas antigas (antes das proibições impostas pela UCI), incluindo aquelas que você mencionou. Nós rascunhamos várias ideias e então começamos a discutir o que funcionava e o que não funcionava – isso tanto no lado da aerodinâmica quanto no estrutural. Uma grande bicicleta tem que ser tanto rápida quanto rígida!
Logo que começamos a ter uma noção da direção a seguir, começamos a desenhar o quadro no CAD (software de design). Submetemos o projeto ao CFD (software que analisa a dinâmica de fluídos – ar é um fluído para quem faltou a aula de ciências) e FEA (software que prediz – com base nos dados informados – como que o projeto se comportará ao ser submetido a calor, vibração, stress e demais forças da física) para refinar o design inicial. Finalmente, depois de todas as simulações, chegamos a um design com o qual ficamos felizes, e começamos a construir o primeiro protótipo.
Após as simulações, começamos os testes com os medidores de tensão até as falhas começarem a aparecer nos pontos fracos do quadro. É difícil construir algo com suas mãos só para quebrá-lo de propósito. Mas isso é uma parte importante do processo. Com os dados dos testes estruturais em mãos, começamos a aprimorar o design e então construímos mais um protótipo. Esse quadro foi testado na estrada para saber como a bicicleta se comportava. Esse quadro também foi testado no túnel de vento e nos deu ótimos resultados.
RN: Tendo em mente uma ideia e um projeto, qual foi o maior desafio no design da Ventum?
NM: A parte mais difícil foi balancear nosso desejo de chegar ao mercado com nosso desejo de fazer a melhor bicicleta possível. Por um lado, nos tivemos um enorme interesse na bicicleta, tanto de amadores como de Profissionais. As pessoas estão perguntando “quando poderemos andar numa Ventum”? “Quando vai chegar às lojas”? “Já posso fazer um pré-pedido agora”? Naturalmente, nós queremos dizer “sim” e começar a vender logo. Ao mesmo tempo, estamos compromissados em construir a melhor bicicleta possivelmente imaginável. Sempre existe um pequeno ajuste que você pode fazer, ou uma maneira de melhorar um pouquinho.
RN: A Ventum vai ficar com apenas um modelo ou há a possibilidade de existirem outros modelos, incluindo ROAD?
NM: Ótima pergunta! Essa é nossa primeira bicicleta; já estamos planejando construir e vender mais bicicletas nos próximos anos. Antes de fazer isso, temos de entregar uma primeira bike fenomenal. Temos feito afirmações ousadas e nos iremos entregar cada uma delas! Então, assim que nos estabelecermos com uma excelente reputação, poderemos começar a nos dedicar a futuros modelos. Afinal de contas, tem uma razão de esta primeira bicicleta ser chamada de Ventum “ONE”!
RN: Ao contratar grandes nomes da cena mundial, vocês conseguiram conquistar a atenção do mercado nos últimos meses. Como vocês veem o marketing no triatlo atualmente, e o que persiste? (Leanda Cave, Alicia Kaye e Kyle Buckhingham)

Kyle Buckingham Ventum
NM: Nossos atletas profissionais estão envolvidos no marketing, mas essa é apenas parte do trabalho. Eles também testam a Ventum ONE e fornecem feedback para os times de design e de engenharia. O retorno deles já inspirou inúmeras melhorias no design da bicicleta. Quando os primeiros consumidores comprarem nossas bicicletas no decorrer desse ano, eles irão adquirir um produto que já foi testado por campeões mundiais e posto à prova nos percursos mais difíceis ao redor do mundo.
A grosso modo, nós reconhecemos que nosso mercado é extremamente inteirado sobre a indústria e produtos disponíveis. A comunidade do triatlo é muito esperta para comprar produtos simplesmente porque parece ser legal ou porque é utilizado por alguém famoso. Por isso, estamos tão focados em construir um excelente produto. Cada aspecto do nosso design é baseado em performance. O Mercado não se acomodará com menos.
RN: Existe a possibilidade da produção ser na Ásia em larga escala? Ou de existir um modelo mais acessível com a mesma inovação e design?
NM: Desculpe, não posso responder questões sobre o processo de manufatura. Posso dizer que nosso quadro é verdadeiramente um monocoque (tipo de estrutura que suporta cargas através de sua superfície externa) e é construído em uma peça única (o que aumenta a rigidez, já que não tem emendas). Além disso, todos os nossos modelos estão sendo testados na União Europeia para garantir força e rigidez. Nós publicaremos os dados quando começarmos a vender as bicicletas. Nós estamos em vias de publicar as informações do túnel de vento, comparando os dados da nossa bicicleta com os dos principais líderes de mercados. Ainda não divulgamos os preços ainda.
RN: Como se dará a política de vendas e distribuição?
NM: Nós ainda estamos definindo isso. Nós venderemos as bicicletas diretamente. Recebemos questionamentos sobre “pré-venda”, mas ainda não estamos aceitando ainda. Também formaremos parcerias com algumas lojas de bicicleta top ao redor do mundo para poder atender aos clientes Ventum.
RN: Finalmente, parabéns pela iniciativa! E quando veremos um atleta brasileiro em ação com uma Ventum ?!
NM: Obrigado pelas perguntas e pela oportunidade para falar com o público brasileiro. Nós ainda não anunciamos nenhum atleta novo, mas vocês podem esperar por novos nomes este ano. Nesse meio tempo, desejamos tudo de bom para nossos amigos no Brasil e para quem for participar dos Campeonatos Latino Americano no Ironman Florianópolis, dia 31 de maio.
Seguem as perguntas e respostas para quem souber falar inglês:
1) How and where did the idea of creating Ventum?
2) What by experience in bike (manufacturing and even as an athlete) of the brand’s creators?
(combined answer to questions 1 and 2)
Co-founders, James (Jimmy) Seear and Peter Seear head up engineering and technical design of Ventum. Jimmy is an Australian Professional Triathlete and Former World Under 23 Number-1 while Peter is a seasoned businessman and mechanical engineer with world records lined up to his creations. Peter and Jimmy experimented with bike design and construction for years. It began as a hobby, but once they started to gain some momentum with the design and see many opportunities to save time and drag, they took it more seriously. We also enlisted the help of aerodynamic and structural engineering experts. After a lengthy design process and then hand laying some prototype frames in Australia we went to the wind tunnel. We knew we were onto something great when we saw the results.
3) Hotta, Lotus, Slingshot, Cheeta and even Pinarello (tour de france 1996) are brands that have historically bold design and efficiency (no downtube) in both cycling and triathlon. You really had the inspiration around and fled bureaucrats UCI?
We dedicated ourselves to building the world’s fastest triathlon bike, and we knew that if we could do that, then we would have a market among those who race in non-draft-legal events. Those events are typically not governed by UCI, so there was no need to limit ourselves to UCI-legal designs.
So, we started by reviewing all kinds of previous bike designs, including those that you mentioned. We sketched many ideas down and then we would discuss what worked and what didn’t — from an aerodynamic stand point as well as the structural side — a great bike has to be both fast and rigid. Once we started to get a general direction we continued to design the frame on CAD. We conducted CFD (computational fluid dynamics) and FEA (Finite Element Analysis) on the design to further refine the initial frame design. Finally, after all the simulations, we arrived at a design we were happy with, and we hand built the first prototype. It was then tested structurally with Strain Gauges until failure to show the weak points of the frame. It’s difficult to build something by hand, only to turnaround and break it on purpose, but it’s an important part of the process. Using the data from the structural testing, we tweaked the design further and then built another prototype. This frame was put through some road riding to get a feel for how the bike handled. It was also tested in the Wind Tunnel and gave us some great numbers.
4) Having in mind an idea and a project, what is the hardest part of the overall design of Ventum?
The most difficult part is balancing our desire to get to market with our desire to build the best bike possible. On one side, we have had huge interest in the bike, from pro’s and age-groupers alike. People are asking us when can we ride a Ventum One? When will it be in stores? Can I pre-order the bike now? Naturally, we want to say “yes” and start selling bikes. At the same time, we are committed to building the best bike imaginable. And there is always some little adjustment you can make, or way that you can improve the bike slightly.
5) Ventum will stop only on one model or there is a possibility of more models of paintings, including Road?
Great question. This is our first bike; we are already planning to build and sell more bikes in the years ahead. Before we can do that, we have to deliver a phenomenal first bike. We have made many bold claims, and we will deliver on all of them. Then, once we have established a reputation for excellence, we can build on that with future models. After all, there is a reason it is called the Ventum “ONE”!
6) Hiring big names from the world scene, you really caught the attention of the market in recent months. How do you see the marketing in triathlon today, and what remains?
Our professional triathletes are involved in marketing, but that’s only part of their job. They also test the Ventum One and provide feedback to the design team and engineers. The feedback from our athletes has already inspired numerous improvements to our bike design. By the time a regular customer buys one of our bikes later this year, they will be buying a bike that has already been tested by world champions and proven on some of the toughest courses around the world.
More generally speaking, we recognize that our market is extremely knowledgeable about the industry and all of the products available to them. The triathlon community is too smart to buy a product simply because it looks cool, or it is used by someone famous. That’s why we are focused so intently on building a great product. Every aspect of our design is based on performance. The market won’t settle for less.
Sorry, I can’t answer questions about our manufacturing processes. I can say that our frame is a true monocoque frame and that it is constructed as one piece. Furthermore, all of our models are being EU tested to ensure strength and rigidity. We will publish that data when we start selling bikes. We are also in the process of publishing wind tunnel data comparing our bike to some of the current market leaders. We have not announced any pricing yet.
7) How will the sales and distribution policy?
We’re still figuring that out. We will sell bikes directly. We’ve had questions about pre-orders, but we’re not accepting any just yet. We will also partner with some of the top bike stores around the world that cater to the Ventum customer.
8) Finally, congratulations for the initiative, and when we see Brazil as a ventum athlete in action with the bike!
Thanks for the great questions and the opportunity to speak to your audience in Brazil. We haven’t announced any new athlete signings yet, but you can expect to see more this year. In the meantime, we wish all the best to our friends in Brazil, and to those racing in Florianopolis on May 31 at the IRONMAN Latin American Championship.