Hoje irei tocar num assunto que é tema de uma longa discussão em fóruns de triatlo e de ciclismo: bicicletas OEM e réplicas (aqui vamos adotar como sinônimos). Esse tema já foi abordado pelo meu xará do Pra Quem Pedala (veja aqui e aqui), mas acho que as pessoas ainda precisam de informação sobre o assunto.
Outro dia, inclusive, participei de uma discussão no Facebook muito bacana sobre o tema com o pessoal do grupo Triathlon Produtos e Serviços.
Se você pesquisar no Google o significado da sigla, você vai encontrar uma série de definições. A do Wikipédia é a seguinte: uma modalidade diferenciada de distribuição de produtos originais, na qual eles não são comercializados aos consumidores finais. Ou seja, são vendidos a outras empresas (chamadas de VAR, ou Value-Added Reseller) que montam os produtos finais (por ex., computadores) e os vendem ao consumidor final.
Pronto!! Ao ler esse parágrafo muita gente pensa que isso significa que os quadros OEM são originais. E não pesquisam mais sobe o tema.
Todos utilizamos produtos OEM todos os dias sem saber. As empresas que fabricam nossos celulares, computadores, carros, GPS, etc utilizam hardwares (geralmente são placas-mãe, microships e outros componentes eletrônicos) fabricados por uma outra empresa (que não coloca sua marca).
Exemplo (não necessariamente real): a empresa “S” fabrica um microchip e vende para a “A”. No celular da “A” este microchip não ostenta a marca alguma. Isso acontece porque a marca “A” é especializada em desenvolver e vender o equipamento, enquanto a marca “S” tem essa expertise. Não há nada de errado com isso.
Você pode vir para mim e dizer que todo mundo fabrica seus quadros na China e que os quadros OEM saem daquele mesma linha de montagem (com pintura ou no carbono envernizado), só que são “excesso de produção”.
Essa fala estaria errada em vários pontos, mesmo estando certa em outras, e cada erro tem vários desdobramentos. Exemplo-1, não é só na China que os quadros são fabricados, Taiwan fabrica boa parte das bicicletas do mundo (aqui estou assumindo que Taiwan é um país independente da China). Ou seja, Felt feito na China? Falsi na certa! Exemplo-2: O quadro saiu da linha da mesma linha de montagem e é vendido sem marca no mercado paralelo: no mínimo houve desvio (roubo, furto, sei lá o termo jurídico correto). Esse é o único caso que você pode estar comprando um original. Mas será produto de roubo.
Mas, na maioria dos casos é falsificação mesmo. Você pode pegar o quadro original e o “OEM” e você vai ver várias inconsistências. Claro, você precisa estar atento aos detalhes.
O Max da Kona Trishop mostrou no blog dele há algum tempo a comparação de uma Cervélo original e outra OEM. Olhando sem muita criticidade você não via muita diferença, mas quando você reparava um pouco mais a falsificação ficava clara.
Mas, porque sou tão contra quadros OEM e réplica? Porque é crime. A qualidade é duvidosa! Sim é duvidosa! Como o Henrique Andrade fala “Qualidade Custa Caro”!
Antes que me venham dizer que sou contra tudo o que venham do Oriente, não sou! Ainda existem pessoas por lá que ganham com falsificações, mas teve gente que se desenvolveu e produz coisa boa. Exemplos: Novatec e Dengfu.
A Novatec passou anos fabricando rodas para que marcas ocidentais vendessem como suas. Atualmente eles vendem sua própria marca.
A Dengfu fabrica quadros (bons) para diversas marcas. Por isso você pode achar que um quadro é igual ao de outra marca. Sua Time Trial (bike contrarrelógio) é vendida com pintura da Stevens, Stradalli, Fondriest, entre outras.
Ah! To vendendo o carro ali em cima. É um Evoque “OEM”.
Qual sua opinião?